Modelo avaliado: Fiat Doblò Essence, 1.8, ano 2017
Por fora, ele parece um trambolhão. Grande, de aerodinâmica duvidável, mas também espaçoso e confortável. Leva 7 pessoas muito bem acomodadas. Essa é a vocação do carro: oferecer espaço interno de sobra, não importe a beleza externa. Afinal, o Fiat Doblò vale a pena?
A versão 1.8 vem com um nível de equipamentos que não condiz com o preço pedido pela Fiat. Segundo a tabela Fipe, o Doblò Essence 1.8 novo custava R$ 96 mil (preço de 2020 – quando este texto foi publicado). Não vem nem com rádio, por exemplo, oferecido apenas na versão superior, ainda mais cara. O Doblo saiu de linha no final de 2021.
Além do preço
Deixando o preço de lado, vamos dizer o que ele tem. Além do já mencionado conforto, ele possui vários porta-objetos, em quantidade suficiente para você esquecer onde colocou todas as coisas.
O ar condicionado gela bem, mesmo para um carro comprido como este. O painel é bem posicionado, com muitas funções próximas às mãos. A alavanca do câmbio é mais alta. Há quem goste ou não. O volante tem ajuste de altura mas não de profundidade.
Os bancos da frente são confortáveis, mas não têm regulagem de altura. Atrás, são todos partidos e reconfiguráveis, como os da Honda. É possível abrir todos os bancos e ampliar a carga para um super porta-malas. Com todos os bancos no lugar é possível levar até 7 pessoas.
Uma das marcas registradas do modelo é a porta de correr, que garante um acesso melhor para os passageiros. A porta abre normalmente, mesmo com os vidro traseiros, do tipo basculante, abertos totalmente.
Outra marca registrada é a grande área envidraçada. Todos os vidros são amplos e garantem uma boa visibilidade ao motorista. O ponto negativo é a coluna da porta traseira, que atrapalha um pouco a visão pelo retrovisor.
O ruído interno poderia ser melhor. Apesar de abafar bem o som vindo do motor, ele não afasta da cabine o barulho das ruas. Em altas velocidades, o som do vento é bem forte.
Rodamos por vários dias na Rodovia dos Tamoios, entre São José dos Campos (SP) e Caraguatatuba (SP), em velocidade mais alta e praticamente vazio o carro dá a sensação de instabilidade. É bem diferente de conduzir um carro convencional.
Como a Fiat passou 20 anos sem atualizar o carro, os comandos e o acabamento lembram mesmo o Fiat Palio lá dos primórdios. Poderia ter um acabamento melhor, principalmente pelo preço que a marca pedia até os últimos minutos de vida da minivan aposentada em 2021.
Fiat Doblò vale a pena? Motor
O motor do modelo avaliado é o 1.8 16 V E.torQ SOHC flex, o mesmo que equipou o Jeep Renegade de mesma linha. Porém, foi reconfigurado, garantido uma retomada mais esperta a partir de 1.500 rpm, um ponto positivo para o Doblò. Ele desenvolve até 132 cavalos, com torque de até 1,9 kgfm. O câmbio é manual de 5 velocidades com engates bem curtos.
O consumo poderia ser melhor. Num uso misto entre estrada e cidade, fez apenas 8 km/l com gasolina. Assim, o tanque de 60 litros não dura muita coisa.
Conclusão
O Fiat Doblò é um bom carro, bastante versátil, apesar de ser voltado a um público específico. Vale a pena, mas na compra de um usado e se o propósito for levar sete pessoas ou muita bagagem.
Caso o objetivo não seja espaço, vale a pena dar uma pesquisada em outros preços. O motor 1.8 não é dos mais econômicos e o carro está fora de linha desde 2021, considere isso.
Confira a análise detalhada de Diego Tribst no vídeo abaixo: