Veículos deste review: Fiat Punto 1.6 – Ano 2011 / Fiat Punto Essence – Ano 2015.
Foi meio por acaso que comprei um Fiat Punto. O ano era 2013 e encontrei por um preço bom e uma boa quilometragem em uma loja perto de minha casa. Pouco mais de 50 mil rodados. Comprei e deixei o carro me surpreender. Começava ali minha história com o Fiat Punto e escrevo este Review com a propriedade de quem já teve dois Puntos.
São dois Puntos nesta história de modelos idênticos (1.6 Essence), mas de anos diferentes: 2011, o modelo antigo, e o outro 2015, já com o visual que o carro foi aposentado, em 2017. Relato abaixo como é cada versão e o que posso comentar com quem deseja conhecer e comprar o carro: vale a pena comprar um Fiat Punto? Eu digo: sim, mas não arriscaria confiar em qualquer versão.
Esse texto foi originalmente escrito em 2021 e desde então tenho mantido atualizado. Se você tem um Punto ou está procurando um para comprar, escreva sua opinião nos comentários. Vale ressaltar que, conforme o tempo passa, fica mais difícil encontrar Puntos inteiros no mercado. Observando os classificados atuais (novembro/24) as opções que aparecem com mais frequência e parecem mais interessantes quanto à conservação são as que foram produzidas entre 2013 e 2017.
Motor
Vou falar inicialmente do motor, o 1.6 E-Torq, comum aos dois veículos citados aqui neste Review. Anda bem e tem um consumo médio razoável. Vai muito bem na estrada, bebe um pouco na cidade. Mas não chega a versão beberrona 1.8 que equipou algumas versões do Punto e também Toro e Renegade. É um motor com ótima saída que passa muita segurança ao motorista e divertido de guiar.
Antes de comprar o Punto 2015, que saiu zero km da concessionária, fiz um test-drive no Punto 1.4 Fire. Me pareceu um carro sem a mesma ‘alegria’ do motor. Aliás, comparando o consumo dos Puntos 1.4 e 1.6, há muito pouca diferença.Justamente ai que o 1.4 Fire deixa de ser vantajoso. A comparação, na minha opinião, não deixa dúvidas: o Punto 1.6 equilibra o jeito agradável ao volante com um consumo razoável.
De quebra, uma informação: o 1.4 não tem a mesma saída e o ronco alto em alta rotação dá aquela impressão de sofrimento do carro para sair do lugar. Sem demérito ao motor, que já equipou o Uno e a Fiorino, mas no Punto não formou um bom casamento.
Já o motor E-torq 1.8, que é usado até hoje no Argo, até entrega certa esportividade (com 132 cavalos). Equipa versões muito legais do carro, como a Blackmotion e a Sporting, mas tem alto consumo. Faz, no máximo, 10,5 km/l na estrada na gasolina.
Quais são os problemas do Fiat Punto?
- Problemas elétricos: alguns veículos podem apresentar problemas elétricos, como constatado em um dos veículos desta avaliação (texto abaixo). O problema pode se manifestar também no painel, acendendo luzes de alerta que não representam de fato um problema;
- Motor 1.4 é o mesmo que o Fiorino usa. É fraco para o tamanho e as necessidades do carro;
- A lanterna traseira do carro tem um desenho bonito, mas não é raro ela ter problema de infiltração;
- Carro não é dos mais econômicos (em todas as versões);
- Versões com câmbio automatizado (Dualogic) apresentam troca de marcha com tranco e têm dificuldade na revenda;
Punto 2011: será que dei azar?
Apesar dos dois carros apresentados aqui serem equipados com o mesmo motor, é o visual e o acabamento que os diferencia. Gostei muito de conhecer o Punto em sua versão 2011, que comprei com 2 anos de uso, mas tive alguns problemas bobos com esse carro.
Em dois anos o veículo foi para a manutenção por três vezes por problemas elétricos. O primeiro, luzes ligando e desligando no painel indicando vários problemas que não existiam. Meses depois um novo problema, quando em uma viagem o vidro elétrico parou de funcionar. A terceira vez foi um susto. Guiava pela rodovia, em Guarulhos, quando o carro teve uma pane geral. Era um curto circuito no rádio (não original).
Até hoje nenhum dos profissionais que colocaram a mão naquele carro souberam me informar se era o rádio (talvez mal instalado) que poderia ter causado todos os problemas ou se o rádio foi vítima de um problema maior do veículo. Em todo caso, ajudou a Fiat a vender um outro Punto. Paguei pra ver.
Punto 2015: enorme satisfação
Ao chegar na concessionária para tentar resolver o problema elétrico, isso no dia 30 de dezembro de 2015, estava no pátio uma última unidade ainda 2015/2015 com preço convidativo. Posso afirmar que esse novo Punto foi mais uma segunda chance do que uma aprovação sobre o carro.
Essa última versão do Punto, que estreou na linha 2013 e foi assim até 2017, é outra história. Embora com motor idêntico, é importante frisar a evolução que o carro teve no visual externo: ganhou frente mais limpa e moderna e faróis traseiros em led, um diferencial que Fiat e concorrentes não ousaram a utilizar novamente.
Na parte interna, o Punto em sua última geração deu um enorme salto: trouxe um desenho original que deu sobrevida ao projeto. O painel da versão até 2012 era pobre, com detalhes muito característicos da linha antiga da Fiat dos anos 2000. Essas características do primeiro Punto não justificavam muito o carro ser o “irmão mais caro do Palio”, uma vez que os dois modelos se pareciam muito internamente.
Vale a pena comprar um Fiat Punto. Mas qual comprar?
As versões a partir de 2013 são mais elaboradas, mais elegantes e mais acertadas pela Fiat. Como já relatei acima, eu não arriscaria me decepcionar com a versão 1.4 fire. Também fugiria de qualquer versão com cambio automatizado (Dualogic). É um câmbio mal acertado e que manda lembranças ao bolso na hora da manutenção.
A versão Essence 1.6 é a que tem melhor equilíbrio entre motor e equipamentos. Fora a apresentação do motor, feita acima, essa versão traz bons itens de conforto. Muitos deles opcionais, é verdade. Mas ainda assim com mais possibilidades que a versão Attractive 1.4, de entrada. Há a opção dessa versão com o Kit SP que adiciona itens como volante multifuncional, alarme, vidros traseiros elétricos, spoiler traseiro e rodas de liga-leve de 16 polegadas que podeencontrados no mercado de usados pelo mesmo preço da versão Essence sem o kit.
Apesar de difícil, ainda é possível encontrar Puntos usados com quilometragem entre 35 mil e 70 mil km rodados, o que penso ser uma boa opção. Claro, se essa quilometragem for real e se o veículo tiver sido bem tratado pelo dono. O Essence 1.6, comercializado entre 2012 e 2017, é possível ser encontrado por preços entre R$ 28 mil e R$ 38 mil.
A versão Blackmotion adiciona o bodykit da T-Jet (falo dela abaixo), e um pacote interessante de equipamentos. Além dela, a Sporting tem um visual mais comedido, mas conta com opções de cores menos comuns, como Amarelo e Azul. Ambas versões esportivas contam com motor 1.8 E-Torq, já citado acima. Em ambas, é mais fácil encontrar teto solar. Um item opcional disponível em quase todas a gama do Punto. Essas versões podem ser encontradas com preços entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.
A versão T-Jet é um caso a parte. Muito desejada pelos jovens pelo grande apelo esportivo, pode ser trabalhoso achar um carro com mecânica em bom estado que não tenha sido castigado pelo dono. Além disso, há alguns problemas relacionados a turbina que também devem ser pesquisados caso haja um interessa nessa versão com turbocompressor de fábrica.
Todos os preços citados aqui foram pesquisados em fevereiro de 2021 em sites de vendas de veículos na internet, além da tabela Fipe e também do site de pesquisa de preços KBB.
Em tempo: o Fiat Punto deve voltar em 2023, primeiramente na Europa. Uma das versões será totalmente elétrica. Mas não há previsão para a volta do hatch ao Brasil.